domingo, 5 de julho de 2009

"Fui pelas mesmas razões que tu"...


Estas palavras tinham ficado a tremular na sua mente, fazendo com que sentisse as têmporas a latejar…

De que estaria ele a falar?? De sexo, carência, solidão???? O que seria? Amor não era concerteza. Estaria ele a referir-se a sexo??? Não, não podia ser....sexo ela podia ter quando quisesse, quando quisesse; o único problema era o querer....Não podia mesmo ser, até porque, ultimamente, o simples toque da sua pele a fazia retrair como um animal assustado.

É verdade que, uma vez por outra, no calor da noite, no desejo frenético de soltar um grito, era costume encontrarem-se e entregarem-se aos desejos carnais. Mas não passava disso mesmo… ela ficava dilacerada, sentindo um arrependimento colossal por ter-se deixado levar uma vez mais pelo ímpeto, pelo desejo, pelo amor....Seria carência? Estaria a solidão a sufocá-lo tão imensamente que ele procurava a sua companhia somente para não sentir-se desamparado?

Cada vez sentia mais o pulsar latejante e começou a sentir-se nauseada. Nos últimos tempos, o simples pensar provocava-lhe um desconforto sem precedentes. Decidiu deitar-se e fechar os olhos, na esperança de que a dor se exalasse.

Por amor não tinha sido…ninguém ama assim, de uma maneira tão egoística e desapegada.

Não conseguia adormecer….os pensamentos acossavam-lhe a mente como hienas loucas; e a única coisa que ela conseguia ouvir era o seu riso de troça…e o pulsar….aquele latejo estava a enlouquecê-la….

"Fui pelas mesmas razões que tu"…não poderia ter ido. Se tivesse ido pelas mesmas razões que ela, tudo teria sido perfeito, gracioso e irrepreensível. Sem ilusões, mentiras e com firmeza, apreço…


Se...se...se...

2 comentários:

  1. Gosto particularmente deste...

    (pergunto-me: porque será...?)

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  2. Blackberry, eu sei porque é....
    porque a tua história não é muito diferente da minha... ;)

    (cacei-te!)
    abreijos grandes minha querida

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